Quando o menino ia saindo para escola, o pai lhe disse, como
dizia todos os dias:
- Minha bênção! Onde você estiver, estarei ao seu lado.
Pouco depois houve um terremoto na região, derrubando quase
todas
as casas. O homem, que estava trabalhando fora, correu
aflito para a escola.
Mas que tristeza! Da escola não restou tijolo sobre tijolo.
Começou a procurar
o filho no meio dos escombros. Outros que já tinham vindo
com a mesma
finalidade, diziam-lhe:
- Não adianta procurar. Infelizmente não sobrou ninguém.
Mas ele continuou procurando. Vieram os homens do Corpo de
bombeiros.
Vasculharam tudo, e disseram a mesma coisa. Mas o pai
continuava
escavando o chão.
E assim, vieram outras pessoas dizendo para o pai:
- Não adianta mesmo. Conforme-se. Ponha nas mãos de Deus.
Mas ele continuava revolvendo terras e escombros durante
horas e horas:
Quero encontrar meu filho, vivo ou morto.
Até que, ao afastar uma enorme pedra, ouviu uma voz
fraquinha:
- Pai... estou aqui!
- Você está bem?
- Sim, mas com muita fome e sede... Comigo estão mais 14
colegas...
Éramos 36... Estamos presos em um vão, entre dois pilares...
Depressa,
papai.
O pai abriu uma brecha no meio dos escombros, e todos
puderam sair
- Eu sabia que meu pai estava ao meu lado.